domingo, 3 de abril de 2011

Reiki tem explicação científica

Pesquisadores avaliam efeitos e mecanismo de terapias alternativas em animais de laboratório


Pesquisas recentes comprovam efeitos benéficos e até encontram explicações científicas para acupuntura e reiki. Estudos sobre o assunto, antes restritos às universidades orientais, ganharam espaço entre pesquisadores americanos, europeus e até brasileiros. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou uma denominação especial para estes métodos: são as terapias integrativas.
Reiki
Reiki significa Energia Universal (Rei = Universal, Ki = energia) é uma técnica de cura por "imposição de mãos" possível de utilizar em qualquer lugar, altura ou situação para activar, restaurar e equilibrar energia. Um método de cura natural, profiláctico e de manutenção de bem-estar que não exclui as outras medicinas ou terapêuticas, antes pelo contrário, pode ampliar a sua eficácia, é uma técnica de auto-ajuda com vista ao crescimento pessoal.
Os seus praticantes acreditam nos efeitos benéficos da energia Universal canalizada pelas mãos do terapeuta colocadas sobre o corpo do paciente contra doenças. Para entender as alterações biológicas do reiki, o psicobiólogo Ricardo Monezi testou o tratamento em ratos com cancro. “O animal não tem elaboração psicológica, fé, crenças e a empatia pelo tratador. “A partir da experimentação com eles, procuramos isolar o efeito placebo (efeito fisiológico da crença do paciente de que está a ser tratado) ”, diz. Para a sua pesquisa na USP, Monezi escolheu o reiki entre todas as práticas de imposição de mãos por se tratar da única sem conotação religiosa.
Na experiência, a equipa de pesquisadores dividiu 60 ratos com tumores em três grupos. O grupo de controlo não recebeu nenhum tipo de tratamento; o grupo “controlo-luva” recebeu imposição com um par de luvas preso a cabos de madeira; e o grupo “impostação” teve o tratamento tradicional sempre pelas mãos da mesma pessoa.
fig. Imposição de mãos nos grupos "Controlo-Luva" e "Impostação", respectivamente
Depois de sacrificados, os animais foram avaliados quanto à sua resposta imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir tumores. Os resultados mostraram que, nos animais do grupo “impostação”, os glóbulos brancos e as células imunológicas tinham dobrado a sua capacidade de reconhecer e destruir as células cancerígenas.
“Não sabemos ainda distinguir se a energia que o reiki trabalha é magnética, eléctrica ou electromagnética. Os artigos descrevem-na como “energia subtil”, de natureza não esclarecida pela física actual”, diz Monezi. Segundo ele, esta energia produz ondas físicas, que liberam algumas hormonas capazes de activar as células de defesa do corpo. A conclusão do estudo foi que,  como não houveram diferenças significativas nos grupos que não receberam o reiki, as alterações fisiológicas do grupo que passou pelo tratamento não são decorrentes de efeito placebo.
A equipa de Monezi começou agora a analisar os efeitos do reiki em seres humanos. O estudo ainda não está completo, mas o psicobiólogo adianta que o primeiro grupo de 16 pessoas, apresenta resultados positivos. “Os resultados sugerem uma melhoria, por exemplo,   na qualidade de vida e diminuição de sintomas de ansiedade e depressão”.

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